(...) Eu quero ver "Cu"balançar !!!

Sinalizando um possível novo caminho para as relações entre Washington e Havana, a Organização dos Estados Americanos (OEA) reverteu um dos marcos da Guerra Fria e aceitou, por unanimidade, o reingresso de Cuba à organização regional.

Chanceleres que participaram da 39ª Assembleia Geral da OEA em Honduras chegaram nesta quarta-feira a um acordo para revogar a suspensão que começou há 47 anos.

A delegação dos Estados Unidos que deu o aval à resolução foi chefiada pelo representante para a América Latina do Departamento de Estado, Thomas Shannon, depois que a secretária de Estado, Hillary Clinton, deixou Honduras na terça-feira para se juntar ao presidente Barack Obama em sua viagem pelo Oriente Médio.

Segundo o documento, “a Resolução VI, adotada em 31 de janeiro de 1962 na oitava reunião de consulta de ministros das Relações Exteriores, através da qual o governo de Cuba foi excluído (...), fica sem efeito na Organização dos Estados Americanos”. O texto ressalta ainda que a efetiva participação da ilha “será resultado de um processo iniciado a pedido do governo de Cuba”.

Para o retorno, indica o texto aprovado, Cuba deve seguir “as práticas, os propósitos e os princípios da OEA” que, entre outros, inclui a Carta Democrática da organização.

Havana, no entanto, diz não ter interesse em voltar à OEA, organismo criticado em artigo por Fidel Castro, que o qualificou de cúmplice de crimes dos EUA contra a ilha e a América Latina.

O texto da OEA sobre o reingresso de Cuba havia recebido até a madrugada desta quarta o apoio de quase todos os 34 países-membros, mas os membros da Alternativa Boliviariana para as Américas (Alba), organização da qual Havana faz parte, havia mantido reservas.

– Cuba não está pedindo para se incorporar à OEA e isso nem interessa a ela – lembrou durante a plenária o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, antes de sublinhar que o passo tomado pela organização corrige um “erro histórico”.

O líder nicaraguense recordou que todos os países do continente, exceto os EUA, mantêm relações com Cuba.